terça-feira, 29 de setembro de 2009

AMOR: sublime felicidade...

Ultimamente tenho ouvido muito falar sobre o AMOR. Muitos vão pensar "esse assunto novamente?!". Parece até combinado... Mas resolvi tentar escrever sobre ele, após relato de uma amiga que se encontra com tal dilema sentimental: "eu o amo mesmo? por que não sou correspondida? suportaria seus defeitos ? valeria a pena? somos mesmo tão diferentes?" inúmeras dúvidas fervilhavam em sua cabeça e depois de muito ouví-la, percebi que não tinha muito o que lhe dizer, aconselhar, não sabia como ajudar. Naquele momento eu só podia ser sua ouvinte, fiel confidente... poucas vezes em minha vida me peguei assim, totalmente sem palavras...

Coloquei-me a pensar no que é o amor... o que é sentir amor por alguém... não digo amor maternal, filial... mas amor de Homem e Mulher, que se completam, formando um só. Percebi que tudo o que eu sei sobre ele li em livros, ouvi em músicas... mas nunca o sentí.

Então como escrever sobre algo que desconheço completamente? Essa tarefa não iria ser fácil... Havia no Dicionário Aurélio uma enorme definição mas optei por colocar uma simplificada: amor (ô). [Do lat. amore.] S. m. 1. Sentimento que predispõe alguém a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa. Isso nos remete uma vaga idéia, mas não esclarece totalmente. Eu precisava de mais informações, dados.

Poetas, pensadores, artistas são os que mais falam deste sentimento que atormenta muitas pessoas, sentimento que pode proporcionar a sublime felicidade ou a completa tristeza. Talvez por viverem a vida com mais intensidade, ou serem mais sensíveis ou apenas possuirem o dom para tocar os corações, nos completando com palavras de conforto e esperança.

Poderia escrever páginas e páginas a respeito do amor e suas diferentes definições segundo a cultura, costumes, condição moral, sócio-econômica e educacional das pessoas e sociedade. Todo o Conhecimento adquirido através de minhas pesquisas e leituras, a "ótica racional". Mas o amor não é racional, quando, no domínio dos sentimentos, é difícil manter a razão... Portanto, acredito que mesmo sem nunca tê-lo sentido, eu o conheço, todo ser humano exerce uma busca constante por ele e já o sente mesmo sem saber. Porque é um sentimento único. Já nascemos com ele, mas para descobrí-lo carece cultivá-lo ao longo do tempo, da convivência... ele se inicia com a amizade, passando a admiração. O Amor aconselha, compreende e perdoa; é expressão da caridade, na medida que contribuímos desinteressadamente para a felicidade do outro...

Todas essas expressões de amor se apresentam na forma de emoções, nos anseios de almas imperfeitas, que buscam a sua completude experienciando no regozijo pessoal, na reciprocidade, na afeição correspondida ou na satisfação sexual a felicidade que ainda não encontraram. Em uma só palavra AMOR é FELICIDADE.

Deixo aqui uma crônica moderna para reflexão sobre o amor...


CRÔNICA DO AMOR



"Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara?
Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa".


Arnaldo Jabor

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Carinhos na alma...



Como é bom ter amigos! amigos para mim são como irmãos que podemos escolher, que estarão sempre dispostos a ajudar quando todos parecerem te virar as costas... alegrar-te quando tudo parecer triste... te dar aquele abraço e um olhar que diz "estou feliz em ver você"... e nos momentos mais difíceis, mesmo contrariando suas próprias opiniões, ele estará ali para te dar apoio, conforto, força...

Me considero uma pessoa de sorte em se tratando de amizade, tenho muitos amigos, gosto de todos, mas cada um de maneira particular. Penso que isso que os torna especiais para mim...

Poderia aqui enumerar os tantos amigos e suas respectivas qualidades e particularidades, mas no momento o que venho propor é uma reflexão sobre AMIZADE. E para tanto transcrevo um trecho do livro "O Pequeno Princípe".

Eu simplesmente adoro este livro do Saint-Exupéry! Posso dizer que dentres muitos este é Meu livro favorito... desde criança, ainda quando não sabia ler, as aquarelas contidas em cada página já exerciam sobre mim um certo fascínio... imaginação...

Hoje, mesmo depois de "grandinha" este livro me atrai, me emociona, isso porque a cada leitura novos tesouros são encontrados. Novos sentimentos afloram... Nos incentiva a compreender o ser humano como um todo, os seus anseios, sonhos, desejos...É uma fonte inesgotável de reflexões, provocações, verdadeiros momentos de carinhos na alma...

Divirtam-se...rs.





Cáp. XXI



E foi então que apareceu a raposa:
- Boa dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.




(...)

A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...

No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração...

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.

E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.






ESSA É A MAIOR LIÇÃO QUE PODEMOS APRENDER: SOMOS RESPONSÁVEIS PELO QUE CATIVAMOS... e você, cativas a quem?


By Mirian Barreto Lellis

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Leitura

Leitura: fonte inesgotável de prazer.

Ao refletir sobre a importância da leitura para mim, percebi que não posso descrevê-la sem falar de seu surgimento em minha infância e das impressões que estão gravadas, impregnadas na minha pessoa.
Penso que a leitura em minha vida é como um divisor de águas, uma linha que separa meu ser. Não tive uma infância solitária como à maioria das pessoas apaixonadas pela arte de ler. A leitura sempre foi uma das minhas companheiras. Incentivada pelos meus pais, os quais sempre me presenteavam com coleções de histórias e contos fantásticos; os livros - ao lado das Barbies - tornou-se meu passa-tempo preferido, e então descobri muito cedo o fantástico mundo das palavras.
Lembro-me que pequenina, aos três anos, pedia aminha mãe para ler histórias antes de dormir. Todos os dias eu pegava um livro infantil, O sítio do pica-pau amarelo, Peter Pan, Ciderela, entre tantos outros, e levava até ela. Mamãe sabia que pra mim a história não importava muito, eu estava interessada nas figuras e personagens curiosos e multicoloridos, mas ela lia e relia conto por conto, acho que por um milhão de vezes, sem reclamar... Ali nasceu meu amor pela leitura.
Mais tarde, alfabetizada, continuei minha busca pelas letras, e vieram livros e mais livros. Então adolescente, mesmo com tantas coisas para fazer, sempre arrumava um tempo para ler. Na escola era costumeiro ver-me ao redor de professores conversando sobre as bibliografias adotada, e até mesmo entretida por livros nos corredores e intervalos dos horários, a leitura não se fazia uma constante na vida de muitos dos meus colegas, mas na minha era.
A curiosidade, a sede pelo conhecimento me levava a buscar as mais diversas leituras e diferentes referências. Talvez por isso goste tanto das palavras, de utilizá-las verbalmente e por meio de código, e desse modo aprendi que há muitas formas de leitura. A escrita pode se transformar em imagem através do cinema, ou som por meio das músicas, de forma a contribuir para a ampliação da minha visão de mundo.
O tempo passou, mas a leitura para mim é uma necessidade. Ela tornou-se parte integrante de minha pessoa desde que eu era apenas uma garotinha. E hoje tento passar sua importância e contribuir com a socialização de pequeninos que não têm as mesmas oportunidades que tive. Sou contadora de histórias em um posto de assistência, ensino o gosto e hábito pela leitura, hoje tão esquecida em meio a tantas formas de diversão modernas.
A leitura é um ato prazeroso, ela me coloca diante de situações complexas, possibilidades diversas, aumentando meu saber, saciando minha sede de conhecimento, colocando mais sentido em várias questões e até nos meus pensamentos. Enfim, a leitura para mim é um hábito, parte imprescindível do meu dia-a-dia, assim como tomar banho ou me alimentar.
A boa leitura, aquela que dá prazer em fazê-la pode ser encontrada em livros, jornais, cinema, onde quer que seja, e através dela encurtamos as distâncias entre as pessoas, entre o tempo e o espaço, ampliando a visão de mundo. E como disse Carlos Drummond de Andrade: “A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas por incrível que pareça, a quase totalidade, não sente esta sede."