quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Saudade é pra quem tem


Sugestão: leia ao som de Unbreakable - Jamie Scott

Mais do que uma aula de geografia, os relacionamentos à distância, são didáticos no sentido de descobrirmos um novo jeito de amar.
Em uma ponte aérea você descobre um amor maduro na sua bagagem de mão. Um coração esperançoso, paciente e não mais inquietamente adolescente. Você descobre que as melhores coisas precisam do seu tempo certo para acontecer. Você entrega metade de você ao universo para que ele conspire ao seu favor. Você escolhe comprar uma passagem no lugar de uma roupa nova. Você escolhe matar a saudade em vez de brigar. Você escolhe… Com o relacionamento à distância, você aprende a fazer escolhas e, a saber, que elas são as diretrizes da sua vida.
Você descobre que a vida está em suas mãos e o fato de você viver subindo e descendo de um avião é uma escolha sua. E a certeza de que é amor, é uma esperança depositada a quilômetros de distância.
Com o relacionamento à distância, e a longo prazo, a gente aprende a ser paciente. A saber que o calendário vai passar e o dia do encontro vai chegar. A gente aprende a esperar em uma fila de banco sem reclamar da vida.
A gente aprende a respeitar… A saída com os amigos, a diferença de fuso horário. A não vinda no feriado por compromissos profissionais. A falta de atenção em responder uma mensagem.
Você aprende que o amor não é feito de cobranças. Você aprende a compreender e a saber ouvir. Você aprende a confiar e domar o ciúme impulsivo que vive dentro de cada um de nós.
Você para de questionar as coisas que acontecem sem o seu consentimento e aprende a viver um dia de cada vez.
Você descobre a saudade na sua forma mais dolorida e deliciosa. Você descobre o sabor amargo da carência em um sábado sozinho. Mas descobre também o sabor da saudade guardada quando o encontro acontece, naquele sexo sem muitas palavras em que o desejo é voraz e o amor é o tato acumulado em meses de separação.
Você aprende a dosar a carência de beijos, cafuné e abraços.
Saudade é pra quem tem.
Só quem viveu um amor à distância sabe o que o significado da palavra saudade.
“Ela me perguntou, aflita, sentada em minha frente, com as mãos tamborilando na mesa de madeira, o que fazer com aquele novo amor que em menos de trinta dias estava com as malas prontas para morar em outro estado. Eu, sem pestanejar disse-lhe: Ame sem medo do longo prazo. Pode dar certo ou não. Pode funcionar ou não. A distância vai interferir algumas vezes. Nós nunca sabemos o que vai acontecer no dia seguinte, mas você aprenderá algumas coisas maravilhosas sobre você mesma e que a saudade habita em cada um de nós.”
Os amores à distância são uma escola pela qual todos nós deveríamos passar um dia na vida.
E a cama amarrotada, no dia seguinte, diz muito sobre cada um de nós. Diz se ele ficou por mais um dia ou se ele já foi. Diz se agora é só você como sempre foi, ou se continua sendo dois.
Não deixe o medo interferir. O amor à distância pode ser o seu ‘conto de fadas’ nesse mundo tão veloz de relacionamentos cada vez mais efêmeros e de uma noite só.
_ Mauricio Pascoal



terça-feira, 4 de novembro de 2014

Cê sabe?



 Sugestão: leia ouvindo  Civil Twilight - "Letters From The Sky"

Cê sabe que não gosto de fones de ouvido por sua causa? E um dia desses você botou um disco e me chamou pra ouvir a tua música favorita com os braços enrolados em mim. Pensei em te pedir pra desatar de primeira. É uma confusão danada de sentimentos que dá na gente quando alguma coisa nova, nunca sentida antes, apertava o meu peito. Me sentia desconfortável e nem conseguia prestar atenção na letra. Suava frio. O abraço teu tinha um quê de intimidade que eu não tive nem quando tava jogada numa cama enrolada num lençol...
Sabe que eu acho brega o nosso tratamento informal, mas me assusto quando você chama o meu nome porque parece bronca? E diz: "Mô, chega mais que o meu peito é teu pra não passar mais frio". A gente é brega sim pililim! E toda intimidade dá medo, mas é ela que nos aproxima, deixando nossos corpos, cheiros e toques com jeito de cena de cinema.
Cê sabe que meu olho vira uma lupa e dá pra ver tuas rugas, cravos, cabelos brancos? E as pintas que eu já contei mais de uma vez e que imagino serem um enigma para um mapa de tesouro... É tanto detalhe que no silêncio eu descubro o meu coração bater forte como numa sinfonia desajustada e quase pular do peito antes “deu” encostar na tua boca e te dar aquele beijo quente e molhado, beijos de 5 minutos... Queria ter passado por isso só na primeira vez, mas é todo dia. Como se você mexesse n’alguma coisa cá dentro de mim, como se você me tirasse a roupa com os olhos e me injetasse adrenalina nas veias.
Fica sabendo que eu escrevi nas minhas paredes as coisas tortas que aprendi contigo e prometi, sempre prometo, que um dia eu toco a canto a sua música favorita, assim baixinho ao pé do seu ouvido, numa forma de declaração...
Tu sabes que eu pego sotaque fácil e foi mais fácil ainda aprender a dizer as tuas sílabas numa prosa distante que nem parece minha, mas é nossa. E sabe que eu nunca gostei de ficar grudada? Falo que sim, que adoro que ficar enrolada ao seu corpo quente só pra me jogar no teu ombro e sentir os teus dedos num cafuné caseiro feito sob medida.
Hoje em dia o teu corpo é lar e eu já não chamo mais de casa. Não me falta abrigo e não importa estação, não importa frio ou fogo, não me importa na-din-ha porque eu sempre fui camaleão de nós dois.  
Hoje em dia eu te escrevo, escrevo estes textos que as outras pessoas leem sem saber que são para você e me perguntam de onde tiro tanta inspiração, e te respondo agora: tudo que eu escrevo retiro do mundo ao qual você me apresentou. E mesmo que eu não goste dos teus óculos modelo aviador, que eu não goste do teu perfume pra dia pois prefiro o teu cheio próprio de manhã, eu destaquei você nas coisas todas. No meu diário, no meu armário, nos contos e causos que eu crio e desfaço e nem questão de disfarçar eu faço. Sei do teu mundo e me afundo nele cada vez mais tentando chegar ao centro de você. Sei e não sei de tanta coisa, mas você não sabe disso. Até hoje eu não sei qual é a tua música favorita por conta dos calafrios, só me lembro da tua respiração, da minha palpitação, do nervosismo e das coisas que eu nunca esperei sentir, cê sabe?

__Texto de Daniel Bovolento com adaptações de Mirian Barreto

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Não é preciso dizer nada...

 [Sugestão: leia o texto ao som de "Kiss me - Ed Sheeran"

Não sei descrever o prazer que sinto ao te olhar nos olhos e ver teus sentimentos escancarados ali. Nem preciso que me diga nada.
Eu não preciso de planos traçados pra um futuro, no qual nem sei se existiremos, não preciso te ouvir falando constantemente dos teus sentimentos, não preciso de declarações de amor compactadas em 140 caracteres, não preciso que grite ao mundo aquilo que você sente. Eu me contento em guardar baixinho só pra mim.
O que eu quero de verdade é você ao meu lado pra ouvir uma música boa, pode ser Caetano, o que me faz recordar aquele dia que me pediu companhia pra escrever sobre Ele, mas eu gostava mesmo era do Chico. Tentei te explicar isso e você me entendeu, num momento terno, quando rabiscou no meu braço um trechinho de Caetano pra me provar que era dele essa coisa calma de ser... "Você é linda sim/Onda do mar do amor/Que bateu em mim" E Foi mágico!

Quero você perto pra deitar na sacada do apê, "tomar a fresca" - como se diz por aqui no calor de Cuiabá - e passar horas olhando a Lua e as estrelas. Quero a intimidade de estar em silêncio ao teu lado, recostada sobre o seu peito aberto, e curtir o teu cheiro depois do banho. Quero poder ficar abraçada contigo e te ouvir, mesmo que desafinado, cantando baixinho ao meu ouvido:
"Kiss me like you wanna be loved. 
You wanna be loved
You wanna be loved
This feels like falling in love
Falling in love
We're falling in love..."
Quero que você continue desordenando as minhas pernas, acelerando meu peito como nenhum termogênico faz, e me dando aquele beijo de surpresa que bagunça o meio de campo. Quero degustar as tuas falas, tuas ideias, tuas delícias...
Quero deitar contigo no tapete do teu quarto e assistir um daqueles documentários que falam da vida e de como pessoas diferentes podem ser felizes num mundo como o nosso. Quero ter o prazer de ouvir as tuas elucubrações e ver tuas razões estampadas ali. Quero te ver me olhando e me fotografando com os olhos – posarei com todo prazer Sr. Diretor!
E te dizer que posso ouvir teus gritos de desespero por mais silenciosos que eles sejam e saiba que é claro que estarei aí pra te dar um abraço de urso, um beijo na ponta do nariz, olhar nos seus olhos e sorrir um sorriso de calmaria.
Posso não ter falado de amor em nenhum momento, mas ele preenche o espaço de cada entrelinha dessa. E eu sei que também não preciso gritar pra que você saiba disso, te sorrio com os olhos e você me percebe por inteiro.
E como eu sei disso?
É que você é a pessoa mais parecida comigo que eu conheço, só que do lado avesso.
Então, para encerrar, repito à você, o que me disse certo dia: 
"Esqueça o felizes para sempre.
 O amor que dá certo é de verdade e pode durar um mês ou uma vida inteira."



quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Postagem especial: Presentes de aniversário


À medida que passa o tempo, um aniversário não ganha nem mais nem menos importância, mas muda de significado, e essa mudança depende do estado do ser de cada pessoa. Já fui mais entusiasta da comemoração. Aliás, já gostei de comemorar tudo efusivamente. Mas, penso que este ano algo mudou, acho que entrei numa fase de quietude interior, a celebração dos acontecimentos felizes se passa mais dentro do que fora de mim. Claro que continuo com aquela alegria viva, sorrindo até a barriga doer, mesmo assim, sinto que algo está diferente em mim... De todo modo, continuo gostando de receber felicitações e presentes nessa data, mas igualmente os presentes foram ressignificados, ganharam novo sentido.
Mais um aniversário chegou e estou a repensar a lista de presentes que vou pendurar na janela enluarada do meu coração. Primeiro de tudo, um sorriso para saudar a vida! Um sorriso franco, de boca larga, que faz brilhar os olhos e enche de viço a pele, para expressar o meu contentamento em mudar de idade, algo que traz continuidade misturada à transformação, a fim de que permaneça o que está bom e evolua para melhor a parte nem tanto.
Um abraço é fundamental! Abraço que enlaça e aconchega, deixando a pressa de lado para tornar eterno aquele momento bom em que a gente está inteiramente vinculada a quem nos abraça. Abraço que faz do peito alheio um ninho quente para curar o frio da alma, quando entristecida. Abraço é tão essencial que chega a ser melhor do que sexo, do que não se sente tanta falta quanto se lamenta não ser abraçada. Juro.
Um abraço substitui palavras e fala em nome delas sem mentir. Podemos conhecer a pessoa pelo abraço que traduz todo um sentir profundo, ainda que não manifestado. Portanto, muitos abraços na minha lista de presentes de aniversário! E nada de abraços formais, cerimoniosos, distantes, apenas para constar. Que sejam calorosos, abundantes, carinhosos, daqueles que sugerem querer ficar ali para sempre.
Um pouco de silêncio contribuirá com o passeio que farei em minhas lembranças, nesse dia. Algumas recordações vou querer lembrar, outras preferiria que não tivessem existido, mas me alivia ter consciência de não poder mudar o passado, retirando pessoas da minha vida, e ter capacidade de modificar o presente e o futuro para que sejam ao meu jeito de ser feliz, apurando a vista para enxergar melhor quem de mim se aproxima.
Quem quiser comemorar comigo, lembre-se de mim com alegria! Reserve um bom espaço na memória do coração e borde nele o meu nome em fios dourados. Nada muito discreto e apagado, claro, que isso não combina comigo nem mesmo agora.
Que o silêncio seja entrecortado por música suave que não cansa os ouvidos e enleva a alma, pode ser  Coldplay, Ed Sheeran, Nando Reis, Eddie Vedder... As músicas costumam traduzir como está o nosso momento. A minha trilha sonora, que já foi variada do Rock metal ao Hip Hop, hoje é mais calma, doce, apaixonada e romântica.
E coloquem pássaros a cantar no amanhecer do meu aniversário! Uma sinfonia! Chapéus enfeitados de flores colhidas de manhãzinha em um jardim perfumado. Quero isso!  
Que floresçam as ideias nesta nova idade, mas que sejam dominados os tormentos da mente inquieta, que não dá sossego, deixando fluir serenidade e paz. 
Quero meus cachinhos soltos ao vento e que haja brisa para saudar o meu aniversário!
Que eu saiba recolher a felicidade que se esconde em circunstâncias que não compreendo, e que são boas lições, na realidade.  
Que me venha fartura de sabedoria para fazer escolhas e decisões.
Quero o presente de reconhecer a felicidade onde ela está e abrir meus sentidos para acolhê-la. E pés firmes para a caminhada rumo a tudo o que me dá prazer.
Que eu pratique a aceitação de coração aberto.
Que jorrem bênçãos sobre todos os meus dias e que eu fique em êxtase por me sentir querida e amada.
Simples assim!


Ouvindo: Imagine Dragons - "All for you"

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Tudo Passa. E Você Passou… – Uma Crônica Sobre Deixar Ir




É tão estranho quando passa. Quando aquele sentimento de que eu nunca ia achar alguém igual a você passa. Quando aquela agonia nada bonita no peito, que até chega a inspirar ou a despertar sérios motivos pra terapia, passa. Porque na troca desse sentimento meio triste, meio sozinho, de gostar de quem não gosta da gente, de sentir por quem recusou claramente ou por acidente, na troca disso tudo e no meio do turbilhão, a coisa para. Fica um buraco. Um buraco com tampa e um vazio diferente. Um vazio novo que a gente ainda não se acostumou, que tinha alguma coisa que preenchia antes e agora não tem, mas também não dói. É o vazio do que passou. E do nada eu percebo que você já não me incomoda tanto assim, que eu consigo acordar e passar por você sem ter um aperto, sem me sentir perdido, sem ter nó na garganta e uma crise de alergia pra disfarçar as mãos suando e o efeito da sua presença. Do nada passa e é tão estranho quando passa…
Eu achei que você nunca fosse passar. A gente sempre acha que vai demorar muito, ou que a atenção nunca mais vai desviar o foco de você, ou que a gente nunca vai conseguir mais engolir a saliva que fica presa na garganta em todas as vezes que você aparece com alguém, mas passa. Daí fica a saudade. Sabe aquela saudade gostosa que persiste, que a gente usa pra tentar sentir de novo enquanto faz todos aqueles testes de reação pra ver se você ainda incomoda? Saudade estranha essa. Nem é boa, nem é ruim. É persistente. Acho que é pra dar algum conforto nesse nó no peito que se desfez.
E há os que não conseguem desapegar dessa dor, desse sofrer-que-ainda-não-passou e guardam isso pra sempre. Porque se não bastasse perder – ou nem ter ganhado – você, agora eu também perco o nó que você me deu. Como se isso fosse uma companhia compensatória. Sofrer demais é amar pra quem precisa preencher algum vazio qualquer, mesmo que as formas não se encaixem e sempre sobre mais vazio dos outros lados. O vazio transborda. E essa gente um dia vai aprender que precisa deixar passar. Aprende também que, quando passa, a gente tem que ser forte também pra reconhecer que já foi. Bola pra frente. História nova quando a gente esbarrar por alguém que vai ficar ou passar também. Porque se a gente se apega… Ah, acaba num ciclo infinito. Dor-do-que-não-passou trocada por saudades de sentir dor. Tem gente que acha isso melhor do que cantar Socorro e imitar o Arnaldo Antunes. Eu prefiro acreditar que não.
Mas agora, falando especificamente de você, de você ter passado, e de eu nem ter percebido a despedida, foi um estranho-bom. Foi bom porque a gente sempre acha que vai precisar de alguém pra ocupar o lugar e nem sempre é assim. Um dia desses a gente acorda e pronto, você passou. Um dia desses a gente nem se lembra mais do seu telefone. Dia desses a gente se esquece até dos seus gestos e acaba arrumando o armário sem dó nem piedade. Ah, tudo passa. Você passou e muita gente ainda vai passar. Eu mesmo já devo ter passado pra tanta gente e pra tanta gente que ainda nem esbarrou comigo ainda. Você passou e eu tô deixando você ir de vez. Sem me agarrar ao falso conforto da saudade que fica. Vai, pode ir, foi bom enquanto durou. Passou. E fica até engraçado o jeito que a gente se pega vendo que o apego não tinha o menor fundamento e que tudo que a gente fez foi meio imbecil. Mas não foi em vão. Eu precisava ter feito de tudo, ter ouvido de tudo, ter comido de tudo, ter chorado de tudo, ter rido de tudo e mais um pouco pra você passar.
Pra essa gente que ainda não passou, espera um pouco. Um dia desses a coisa muda. Abre um vinho e põe pra tocar alguma música. De preferência alguma boa. “Você passa, eu acho graça. Nessa vida tudo passa e você também passou”. Cantarola e beberica comigo, baixinho ou no volume que achar necessário. “Dentre as flores, você era a mais bela, minha rosa amarela, que desfolhou, perdeu a cor”. E quando passar, deixa passar tudo de vez sem fechar a porta no meio do caminho.
Acredita em mim. Um dia passa. Comigo passou.
__ Daniel Oliveira

Ouvindo: Ed Sheeran - "Give Me Love"

terça-feira, 22 de julho de 2014

Quero um amor viu?

Quero um amor, de qualquer jeito, de qualquer cor.
Esse amor pode ser alto,
pode ser baixo, loiro ou moreno,
de nariz grande ou pequeno.
Quero um amor encantado, sorridente e assanhado.
Ele pode ter cabelo longo,
pode ser até curtinho, pode ter olhos grandes ou pequenininhos.
Quero um amor de voz rouca,
de olhar sensual e infernal
Tem que ser um amor cheio de personalidade, cheio de encanto e vivacidade.
Eu quero um amor boêmio, que goste de uma cerveja e de amanhecer sentado bebendo numa mesa
Procuro um amor descontraído, louco e atrevido
Quero um amor infantil, que brinque comigo, me leve ao delírio e me deixe em perigo
Procuro um amor bandido, que me traia, mas que esteja sempre comigo
Quero um amor louco, alucinado, que não se prenda ao passado
Preciso de um amor fantasiado de palhaço, pulando carnaval em Salvador, e gritando o seu amor
Preciso de qualquer jeito, com a máxima urgência acabar com essa minha carência
Por isso eu quero um amor que me encha de ciúmes e depois me cubra de perfumes, os aromas mais intensos, de Boucheron a Tentation
Eu quero, eu preciso de um amor daqueles de cinema , de novela, seriado, cheio de mistérios e casos engraçados
Procuro um amor que cause inveja nas amigas, ódio nas inimigas e me faça sempre destemida.
Quero um amor ridículo ou fascinante, simples ou importante, um amor pra fazer comigo bolinhas de sabão, pegar na minha mão, sorrir do meu sorriso e acreditar no que eu digo
Eu quero um amor de qualquer idade, velho ou novo, principiante ou veterano, crente ou profano
Quero um amor pra andar de gangorra, correr na chuva, pisar em poça, comer brigadeiro, sujar o dedo e depois lamber bem devagarinho fazendo charminho
Quero um amor de outro planeta, atordoado e cambeta, não faz mal se eu tiver que ser sua muleta
Quero um amor intenpestivo, que fuja comigo, que me lace nos seus braços com seus abraços
Preciso de um amor estonteante, daqueles arrepiantes, um amor que saiba chorar, dançar e cantar
Eu quero um amor que tenha um beijo coberto de desejo, que quando me tocar o meu corpo não queira mais acordar
Quero um amor viu? De qualquer jeito de qualquer maneira, mesmo que ele fale besteira e quero pra vida inteira
Esse meu amor não tem que me namorar, nem precisa casar, também não quero ser amante.......eu só quero um amor..... mesmo que ele seja inconstante
Se ele vier uma vez por mes já sou feliz, se vier uma vez por semana levo ele pra cama, e se vier todo dia minha vida vai virar uma folia.

......e mandem cartas pra portaria, peguem as senhas na recepção do meu coração, se cadastrem pela internet, deixem a sua ficha na caixa postal, vou analisar os pedidos, estudar os inscritos...quem sabe você seja o escolhido, quem sabe você fica comigo.
Silvana Duboc

Ouvindo: Adam Levine - "Lost Star"

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Só tu

 
De todos que me beijaram,
De todos que me abraçaram
Já não me lembro, nem sei...
Foram tantos os que me amaram!
Foram tantos os que eu amei!
Mas tu - que rude contraste!
Tu, que jamais me beijaste,
Tu, que jamais abracei,
Só tu, nesta alma, ficaste,
De todos os que eu amei.
                     __ Paulo Setúbal 


Ouvindo: Reeve Carney Ft. Bono - "Rise Above 1" 


quinta-feira, 15 de maio de 2014

Saí de Fininho – Uma Crônica Sobre o Medo de Ficar

Seu resto jogado no escuro. É isso que deixei após minha partida precoce e minha saída silenciosa. Fiz-lhe um bocado de cafuné, esperei você pegar no sono mais profundo e só fui embora quando seu sorriso leve finalmente chegou, dizendo que seu primeiro sonho havia começado.

Saí sem fazer alarde e, dessa vez, diferente de todas as outras, não bati o dedinho do pé na quina de sua cama e nem precisei apalpar suas paredes sempre tão magnéticas para meu nariz. Não precisei nem acender a luz do quarto, apenas tirei meu peito debaixo de sua cabeça e, no lugar dele, deixei meu travesseiro lotado do meu cheiro para que não notasse minha fuga.
Sem fazer qualquer barulho, ainda tive a audácia de abrir suas gavetas, armários e pastas do computador, pois queria apagar de vez todas as provas e rastros daquilo que havíamos vivido até ali. Joguei minha escova de dente pela janela e meu desodorante coloquei no bolso. Calcei o chinelo que morava ao lado do seu e na mochila, com dor no peito, coloquei os muitos livros que lhe emprestei e você nunca nem pensou em ler. Por fim, para tentar poupar-lhe de qualquer nó na garganta ou esbarrão imprevisível com a saudade, apaguei do seu computador as fotos sorridentes que havíamos tirado naquele Réveillon que passamos em Santiago e joguei na lixeira aquela playlist que ouvíamos em looping eterno enquanto varávamos a madrugada entre goles de qualquer coisa etílica e cigarros euforicamente acendidos um no outro, como se fôssemos imunes ao câncer e à falta de ar.
Desculpe-me por ter saído sem que pudesse notar, por ter me desfeito de nossas impressões digitais sem que você tivesse a chance de me contrariar e por não ter deixado nenhum mísero recado na sua geladeira explicando o motivo que me fez deixar nosso amor inteiro em pedaços.
Eu realmente precisava ir, e só saí antes da hora porque queria levar comigo somente as lembranças imaculadas do nosso auge e sabia que só assim conseguiria fazer com que nosso caso durasse para sempre. Eu saí de fininho naquela noite, pois não queria esperar mais e correr o risco de presenciar a natural decadência de nossa gana incontrolável. Eu saí antes que nossos beijos infinitos virassem apenas selinhos apressados, sem gosto, presença de língua ou demonstração de fome. Eu saí antes que faltasse conversa em nossos passeios de domingo e antes que o volume do som do carro não fosse mais diminuído para que pudéssemos ouvir o som de nossas vozes. Saí antes de virarmos rotina, silêncio irreversível, acomodação covarde e pena um do outro. Eu saí morrendo de vontade de continuar ali, com meu pé encostado no seu e meu braço dormente debaixo de seu pescoço, mas sabia que precisava ir enquanto ainda havia tempo para congelar aquele sonho, perfeito como só ele foi.
                                                             __ Ricardo Coiro 

Ouvindo: "Guaranteed" - Eddie Vedder

segunda-feira, 14 de abril de 2014

A Pessoa Errada


 Pensando bem, em tudo o que a gente vê, e vivencia, e ouve e pensa, não existe uma pessoa certa pra gente. Existe uma pessoa, que se você for parar pra pensar, é na verdade, a pessoa errada. Porque a pessoa certa faz tudo certinho: chega na hora certa, fala as coisas certas, faz as coisas certas. Mas nem sempre precisamos das coisas certas. Aí é a hora de procurar a pessoa errada. A pessoa errada te faz perder a cabeça, fazer loucuras, perder a hora, morrer de amor. A pessoa errada vai ficar um dia sem te procurar, que é para na hora que vocês se encontrarem a entrega ser muito mais verdadeira. A pessoa errada, é na verdade, aquilo que a gente chama de pessoa certa. Essa pessoa vai te fazer chorar, mas uma hora depois vai estar enxugando suas lágrimas, essa pessoa vai tirar seu sono, mas vai te dar em troca uma inesquecível noite de amor. Essa pessoa pode não estar 100% do tempo ao seu lado, mas vai estar toda a vida esperando você. A pessoa errada tem que aparecer para todo mundo, porque a vida não é certa, nada aqui é certo. O certo mesmo é que temos que viver cada momento, cada segundo amando, sorrindo, chorando, pensando, agindo, querendo e conseguindo.
Só assim, é possível chegar aquele momento do dia em que a gente diz: "Graças a Deus, deu tudo certo!", quando na verdade, tudo o que Ele quer, é que a gente encontre a pessoa errada.
 Para que as coisas comecem a realmente funcionar direito prá gente.
                                                                 
                                                                    __ Marta Medeiros

Ouvindo: Pearl Jam - "Sirens"

sexta-feira, 14 de março de 2014

The True about Womans...


 
Mulheres gostam de detalhes, uma linha branca nas unhas, um brinco de pedrinha ou o colorido bonito da sola das sandálias altas. A maioria das mulheres não se importa com quanto dinheiro você tem na carteira. Mas elas não esquecerão de que você se ofereceu para pagar a conta no primeiro encontro. Abrir portas é, literalmente, abrir portas. Do carro, do elevador, da sala, do quarto e todas as outras. Cavalheirismo não saiu de moda e nem é sinal de homossexualidade. 
 Mulheres andam no canto da calçada e sentam sempre nas janelas. Mas em restaurantes, ficam ao teu lado – nunca na frente. Mulher gosta de ter um ombro pertinho para ela repousar um "cadinho" do sono de um dia inteiro de trabalho ou coisa do gênero. Assim como no cinema, no auge do romantismo de uma comédia qualquer, ela vai se ajeitar em você e te fazer carinho com o dedão. Caso seja observador, vai perceber que haverá um brilho diferente em seus olhos e ela sorrirá sem mostrar os dentes. Um risinho miúdo que te engolirá por inteiro, cê vai ver.
Por incrível que pareça – por mais bonita que seja a pequena – ela irá preferir elogios sobre sua personalidade ao seu corpo. Há milhões de caras por aí a lhe chamar de “gata”, “princesa”, entre outros adjetivos vomitantes. Mas ela vai te guardar com carinho se conseguir reparar que ela pediu sanduíche sem picles ou refrigerante zero e que observou o livro que ela carregava na bolsa ou o perfume que ela usava. Usar roupas de marca ou tênis importado não é sinal de ser um bom partido. Mulher prefere um hippie de havaianas que reparou que ela cortou o cabelo do que um playboyzinho que nem sabe a cor dos seus olhos. Mulher gosta de palavras doces, não elogios cuspidos.
Mulheres gostam de sexo tanto quanto os homens. Mas preferem falar com gemidos a dois e, não, em conversas quaisquer. Existe uma garota de programa por debaixo de cada decote comportado por aí. Basta saber pagar o preço certo para tal privilégio. Mulheres gozam pelo clima e não pela penetração. Pequenas conseguem passar o dia inteiro com OB entre suas pernas e, mesmo assim, não se arrepiarem. Então, priorize o momento, a fala, o toque e a respiração ao pé do ouvido.
 Para as mulheres, presentes querem dizer presença. Mais vale você dar um bombom durante trinta dias do que dar trinta bombons de uma só vez. Assim, ela saberá que você pensou nela em todas as aquelas vezes que você comprou e embrulhou o seu chocolate preferido.
Uma mulher vai hesitar te beijar pela manhã. Não é por mal, é por receio de te beijar com um hálito não muito agradável e poder perder o brilho dos teus olhos. Uma mulher irá querer estar sempre bela para você, seja em um jantar romântico ou num almoço qualquer.
 Mulheres são confusas e atrapalhadas – só que em diferentes assuntos. É uma arma que elas usam para te fazer sentir necessário. Seja por um medo de um inseto qualquer ou por nunca se lembrarem de onde colocaram o controle remoto da TV. Prepare-se para se sentir um super-herói nesses momentos.
Mensagens de madrugada são sempre boas escolhas. Não precisa dizer muito, nem ser um mestre com as palavras. SMSs não são somente o que está escrito. Uma carinha bonitinha às três da manhã diz: “Não consigo dormir sem pensar em você” e, não apenas, uma combinação qualquer de um xis com um parêntese.
Quando estão chateadas, as mulheres assumem um lado egoísta. Odeiam dividir suas lágrimas ou reclamações com alguém. Isolam-se do mundo como eremitas e fazem greve de carinhos. Quando estão com ciúmes, as mulheres perdem o poder da fala e apenas soltam uns grunhidos quaisquer, mas gritam com as sobrancelhas altas e a testas franzidas.
Quando estão felizes, sorriem um mundo inteiro. Sorriem flores, borboletas e perfumes. Sorriso de mulher tem cheiro de colo. E se você for a razão das gargalhadas musicais de uma pequena, prepare-se, rapaz, a felicidade dela estará em tuas mãos e a tua vida nunca mais será a mesma.

_ Hugo Rodrigues